O Princípio...

...Surge algo… Vem de lá, das terras que desconhecemos… Vai para lá, para o porto onde chegaremos… Viagem, passeio, périplo, momento. Diz-me o que sou, Diz-me o que quero ouvir ou aquilo para que existo...



...Surge algo… Não sei de onde vem, nem quando aparece… Não sei para onde vou… Viagem, passeio, périplo, instante. Sei o que sou, Sei o que não quero ver, Sei que já não existo!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Família I Festival Panda

Ontem fui ao Festival Panda....Aquilo parecia o Sudoeste dos putos...Quando chegou o Panda ao palco os putos pareciam que estavam drogados e ligados à tomada electrica....Eram pulos, olhos esbugalhados, sorrisos mil e gritos a dizer "Pannndhhha" a buzinar nos meus ouvidos....O Tiago e a Marianinha (minha sobrinha) adoraram.....O Edgar lá ficou à sombra de uma árvore com a Vó Deta e eu e o Paulo lá fomos andando nas infinitas bichas de 45 minutos cada uma para os putos andarem nos insufláveis durante uns miseros segundos.....Para os putos cada minuto é mesmo absoluto....Enfim um fim de semana em família :)

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Palavra e a Maledicência

A palavra é um instrumento valioso, mas nem sempre é utilizada devidamente.
Maledicência é dizer mal de uma pessoa ausente, referindo alguma falta
que pudesse ter efectivamente sido praticada ou dita por alguém que não se encontre presente quando se faz a referência. É o mesmo que "falar pelas costas."

Com o título de "Não fales mal de ninguém", Huberto Rodhen,tece os seguintes comentários:
"A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta. Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros. Qual a razão última dessa mania de maledicência? É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade. Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio. A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
Esses homens julgam necessário apagar luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz". (Texto de Hubert Rodhen)

Fernando Pessoa (Bernardo Soares) em "O Livro do Desassossego" refere: "Tenho a náusea física da humanidade vulgar, que é, aliás, a única que há. E capricho, ás vezes, em aprofundar essa náusea, como se pode provocar um vomito para aliviar a vontade de vomitar...A intriga a maledicência, a prosápia falada do que se não ousou fazer, o contentamento de cada pobre bicho vestido com a consciência inconsciente da própria alma, a horrorosa ignorância da inimportância do que são... Tudo isto me produz a impressão de um animal monstruoso e reles, feito no involuntário dos sonhos, das côdeas húmidas dos desenhos, dos restos trincados das sensações".

Não Quero...


Não quero correr mais e tropeçar nas pedras do caminho.
Não desejo conter-me e perdoar a quem não me quer bem
Não temo a derrota e a espera longa dos dias que parecem não terminar
Nem suporto, tão pouco, o fingimento de quem não quer ouvir e sorri
Quero o grito surdo da liberdade
Desejo abrir os braços e expandir-me, dissolver-me no vento
Temer e enfrentar o medo de frente, desafiá-lo
Conquistar a humildade perante o belo e o deslumbre perante a fealdade
Suportar o calor e o frio, não como quem não sente, mas como quem agradece tudo o que lhe vem parar às mãos.

Nascimento

O nascimento sempre me fez impressão...
Como se houvesse algo de errado em nascer.
A morte, por outro lado, fascina-me.
Respeito-a como a um inimigo que admiramos.
Não quero mais o início, o recomeço, o renascimento.
Estou pronta para o fim.
Não me interessa o desenvolvimento humano, interessa-me, sim, a arte de desaparecer.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dança I


Pressente a aproximação...
Regozija-te com o ouro...
Encanta-te com a criação...
Ouve o assobio que sopra de dentro de ti…e Dança!
Dançar não é fazer…é ser.
Quero morrer como quem dança – com entrega, paixão e abandono.

A Morte


A calma que sinto só pode ser fruto de te ter tocado. A tua constância em minha vida trouxe-me uma paz nunca antes sentida, completamente desconhecida até então.

Aquela dor, aquele sofrimento inicial da nossa relação conturbada e assente no medo, deu lugar à pacificidade, à entrega.

A certeza de que me abraçarás quando te chamar, a certeza de que te abraçarei quando sentir chegado o momento.

Como podemos recear algo que faz parte de nós? Nunca encontrei ninguém que tivesse medo do seu próprio braço, da sua mão.

Não, neste momento já não te receio. Vejo-te com beleza e há-se chegar o momento em que será um aconchego enrolar-me em ti.

De todos as vontades, os desejos, medos, ambições que já senti em mim...aquela que mais poder teve na minha vida foi a procura incessante de ti! Sentir-te em mim de forma nítida. Saborear-te de forma crua. Ser-me através de ti!

Acho que sempre norteaste a minha vida, o meu sentir, o meu pensar...Estiveste sempre presente, mesmo quando ainda não tinhas contornos nítidos, mesmo quando ainda não te via. Companheiro, parceiro, amante, amigo. Acompanhaste-me sem nunca te teres insinuado, sem nunca teres forçado a tua presença. E, no entanto, sempre lá, sossegadamente lá, desejada ou indesejadamente lá.

A verdade é que ao fim destes anos, destes breves instantes ainda não consigo tocar-te e quando conseguir será sempre tarde demais. Às vezes sinto vontade de te chamar até mim, de me embalares num último sono... mas muito raramente porque me sinto feliz, profundamente feliz. Necessito de ti para ser feliz? Não sei, mas seguramente após ter pegado na tua mão o mundo tornou-se mais intenso – para o pior e para o melhor.

Deixa-me viver enquanto a vida me chamar, enquanto a vida me fizer estremecer e leva-me a passear quando chegar a altura da despedida final.

Quero dizer adeus consciente e corajosamente como quem foi capaz de colocar um ponto final na sua própria existência...como quem sabe que o livro está terminado.

Caminho para a Morte como quem se senta numa sala de cinema e aguarda o início do filme.
* Imagem da pintura "O Beijo" de Klimt

domingo, 20 de junho de 2010

Liberdade

Sê livre!
Não tenhas cuidado, ou preocupação ou mágoa!
Não penses e não sejas realista!
Acima de tudo não sejas prático!
Sonha, goza, sente, vê, beija!
Toca como quem acaricia!
Espalha ternura, compreensão e dádiva, ou melhor…
Sê a própria ternura, a compreensão e a dádiva!
E depois…Depois torna-te a própria carícia!