O Princípio...

...Surge algo… Vem de lá, das terras que desconhecemos… Vai para lá, para o porto onde chegaremos… Viagem, passeio, périplo, momento. Diz-me o que sou, Diz-me o que quero ouvir ou aquilo para que existo...



...Surge algo… Não sei de onde vem, nem quando aparece… Não sei para onde vou… Viagem, passeio, périplo, instante. Sei o que sou, Sei o que não quero ver, Sei que já não existo!

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Palavra e a Maledicência

A palavra é um instrumento valioso, mas nem sempre é utilizada devidamente.
Maledicência é dizer mal de uma pessoa ausente, referindo alguma falta
que pudesse ter efectivamente sido praticada ou dita por alguém que não se encontre presente quando se faz a referência. É o mesmo que "falar pelas costas."

Com o título de "Não fales mal de ninguém", Huberto Rodhen,tece os seguintes comentários:
"A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta. Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros. Qual a razão última dessa mania de maledicência? É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade. Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio. A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
Esses homens julgam necessário apagar luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz". (Texto de Hubert Rodhen)

Fernando Pessoa (Bernardo Soares) em "O Livro do Desassossego" refere: "Tenho a náusea física da humanidade vulgar, que é, aliás, a única que há. E capricho, ás vezes, em aprofundar essa náusea, como se pode provocar um vomito para aliviar a vontade de vomitar...A intriga a maledicência, a prosápia falada do que se não ousou fazer, o contentamento de cada pobre bicho vestido com a consciência inconsciente da própria alma, a horrorosa ignorância da inimportância do que são... Tudo isto me produz a impressão de um animal monstruoso e reles, feito no involuntário dos sonhos, das côdeas húmidas dos desenhos, dos restos trincados das sensações".

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